Erechim Cinco Nomes, Uma cidade: de Paiol Grande a Erechim a História de uma Cidade Gaúcha

 

Centro de Erechim na década de 1960

 

O município de Erechim localiza-se ao Norte do Rio Grande do Sul, na região do Alto Uruguai, sobre a cordilheira da Serra Geral. O significado aceito do seu nome, é que seja um termo de origem indigena da tribo  caingangue que habitavam a região, e significa "campo pequeno", nome esse dado provavelmente pela cidade estar rodeada de florestas naquela época. O engenheiro Dr. Ayres Pires de Oliveira foi o primeiro Intendente Provisório de 18 de junho de 1918 a 6 de Setembro de 1918.

Durante os seus quase 105 anos de existência, que completará no próximo dia 30 de Abril, Erechim teve oficialmente cinco nomes: Paiol Grande, Boa Vista, Boa Vista do Erechim, José Bonifácio e Erechim. 

Conhecido como Paiol Grande, a primeira denominação pela qual foi conhecida a futura cidade, foi segundo historiadores, devido a um grande paiol de madeira existente, o qual podia ser visto de muito longe, que dava o nome ao distrito de Passo Fundo. Em 30 de Abril de 1918 o pequeno, mas já pujante distrito, foi elevado a condição de município, recebendo o nome de Boa Vista. 

Em 1908 foi dado início da ocupação ordenada das terras devolutas situadas entre Passo Fundo e a divisa com Santa Catarina, costeando o Rio Uruguai, com a criação da Colônia Erechim projetada para receber migrantes  provenientes de outras áreas do estado, as conhecidas como colônias velhas, e também novos imigrantes da Europa. Assim colonos poloneses, italianos, alemães e judeus, que constituíram a grande maioria dos que aqui chegaram, junto com imigrantes de diversas outras etnias, se somaram com os índios, negros e caboclos brasileiros que já estavam presentes nessas terras, começaram povoar a então colônia criada na região. Esse fluxo de novos moradores se manteve entre 1908 e 1918.

Nos primeiros anos após a sua emancipação Boa Vista, o segundo nome oficial da cidade, teve um importante crescimento, chegando rapidamente a quase 40 mil habitantes, contando a sede urbana e a zona rural. Foi nessa época que surgiram inúmeras casas de comércio, algumas delas bastante duradouras, para suprir as necessidades dos colonos.

Em 1922 Boa Vista passou a ser denominada Boa Vista do Erechim, o seu terceiro nome que durou até 1938. Nesse período de 16 anos, ela viveu um ciclo bastante conturbado e de muito medo da sua história. Em 1923 a cidade assistiu, e participou, de três sangrentas batalhas da revolução, combatidas no seu território, na Fazenda Quatro Irmãos e no Desvio Giaretta, onde hoje fica o cemitério do Combate. Na ocasião o prédio do Cine Avenida e o Castelinho da Comissão de Terras  foram usados como hospitais improvisados para tratar o grande número de feridos. A cidade também ficou por algumas horas refém nas mãos dos revolucionários comandados pelo Gen. Felipe Portinho, que rapidamente se afastaram com a chegada das tropas de Borges de Medeiros. 

Nessa revolução lutaram, de um lado, os partidários do presidente do Estado, Borges de Medeiros, conhecidos como Borgistas ou Ximangos, que usavam no pescoço um lenço branco, e de outro os revolucionários aliados de Joaquim Francisco de Assis Brasil, chamados Assisistas ou Maragatos, que usavam no pescoço um lenço vermelho. A sangrenta revolução terminou em 14 de dezembro de 1923 com a assinatura do Pacto de Pedras Altas, na então residência de Assis Brasil na cidade.

Em 1938 a cidade de Boa Vista do Erechim passou a ser denominada de José Bonifácio, o seu quarto nome oficial que durou até 1944. Nesse período era um município muito grande, chegando a ter mais de 100 mil habitantes distribuídos entre a sede e os seus 13 distritos, hoje eles também municípios da região Alto Uruguai. Nesse período assistiu inúmeros episódios políticos e sociais, sequelas da Segunda Guerra Mundial, como a perseguição aos descendentes de alemães e italianos residentes no município, proibindo o uso da língua e o fechamento das sociedades étnicas, que em seguida tiveram que mudar de nome.

No ano de 1944 a cidade de José Bonifácio passou a ser chamada novamente pelo nome inicial de Erechim, do tempo da então colônia, sendo esse o quinto nome que permanece até hoje. 

A cidade também é apresentada pelos seus moradores como a  "Capital da Amizade", apelido carinhoso dado à ela pelo Rubens Safro, figura bastante popular na região, excelente contador de histórias, conhecido por todos pelo apelido de Buja.

Os moradores de Erechim, até a década de 1950, eram conhecidos nos municípios vizinhos, como os "botas amarelas", em referência aos calçados de couro sem tintura, usados, principalmente, pelos agricultores que vinham para fazer compras ou tratar de negócios no centro da cidade. O couro das botas, sem a aplicação de um tingimento, rapidamente após uma chuva, adquiria a coloração amarela de terra das ruas enlameadas pela falta de pavimentação da cidade.


Texto de
Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS 

Duas Grandes Festas em Veneza: Dia de São Marcos e a A Festa del Bòcolo

 


São Marcos é o santo padroeiro de Veneza. A lenda por trás disso remonta ao século IX, quando dois mercadores venezianos roubaram transportaram os restos mortais de São Marcos, na Alexandria, no Egito, e os trouxeram para Veneza. Os venezianos acreditavam que São Marcos havia escolhido Veneza como seu local de descanso final, e seus restos mortais foram colocados em uma igreja que mais tarde foi substituída pela atual Basílica de São Marcos. O leão alado, que é o símbolo de São Marcos, também se tornou o símbolo de Veneza. A cidade comemora o Dia de São Marcos em 25 de abril com um festival que inclui uma corrida de barcos, missa nas igrejas, shows, carnaval e mercados com comidas típicas. 
A Festa di San Marco, é um feriado local anual em Veneza, Itália, realizada em 25 de abril em homenagem ao santo padroeiro da cidade, São Marcos. O dia coincide com o Dia da Libertação, que é um feriado nacional em toda a Itália, comemorando a libertação da Itália dos nazistas-fascistas na Segunda Guerra Mundial. A grande festa inclui uma famosa regata destaque do festival, a Regata di Traghetti, uma corrida de barcos com gondoleiros que competem transportando passageiros em suas gôndolas. A festa de São Marcos é observada pelas Igrejas Católica e Ortodoxa Oriental. 
Também neste mesmo dia 25 de Abril, se comemora a Festa del Bocolo, baseada em uma lenda que remonta ao século IX, em que um cavaleiro chamado Tancredi se apaixonou por Maria, filha de um rico comerciante. Tancredi foi enviado para lutar nas Cruzadas e, antes de partir, deu a Maria uma rosa como símbolo de seu amor. Quando voltou, descobriu que Maria havia morrido de coração partido, foi até o túmulo dela e colocou um "bòcolo" (um botão de rosa vermelha) sobre ele. A festa celebra essa lenda, e os homens presenteiam seus entes queridos com um bòcolo como símbolo de seu amor. 


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS

Alessandra: Um Marco na História da Imigração Italiana no Paraná

 

Estação Ferroviária de Alexandra



A Colônia Alessandra, a primeira do gênero criada em solo paranaense, foi fundada no dia 14 de fevereiro de 1872, após intermediação do controvertido empresário italiano Savino A. Tripoti, nascido em 184o, na província de Teramo. Proprietário das terras e dono da concessão de colonização da área, Tripoti pretendia trazer, no decorrer de alguns anos, milhares de agricultores italianos para a província do Paraná. Foi somente a partir de 1877 que ela mudou de nome passando a ser chamada de Colônia Alexandra. No ano de 1875, com o veleiro Anna Pizzorno e o vapor Liguria, chegaram os primeiros imigrantes italianos, pouco mais de trezentas pessoas, provenientes das províncias de Teramo, na região de Abruzzo, de Caserta, na Campania e de Potenza, na Basilicata. Uma vez desembarcados no porto de Paranaguá, foram alojados na Casa da Imigração, recebendo sua primeira alimentação em terra, ocasião quando alguns tiveram uma grande decepção pelo tipo de alimentos que eram consumidos no país, especialmente a sem sabor farinha de mandioca tão consumida pelos brasileiros, ainda desconhecida para eles, que desapontados confundiram com o queijo ralado. Da Casa da Imigração, eram levados à Colônia Alessandra, com as despesas de hospedagem e transporte correndo por conta do governo da província. Ao chegarem no local onde se situavam os seus lotes, os colonos perceberam de imediato que aquela terra não era o que sempre tanto tinham sonhado. Muitos dos lotes ficavam em lugares praticamente inabitáveis, com os terrenos posicionados em áreas alagadiças, arenosas ou muito pedregosas, localizados em uma zona isolada e afastada dos centros mais povoados, como Morretes e Paranaguá, o que causou um grande desânimo em todos os recém chegados. Não tinham o menor conhecimento prévio do clima que encontrariam, com ar abafado, muito quente e úmido, típicos de zonas do litoral cercadas por montanhas. Chamou atenção de todos a grande quantidade de incômodos insetos que infestavam o lugar, além da presença de animais selvagens que não conheciam e cujos gritos e rugidos muito os amedrontava. Não viam por onde pudessem começar a implantar uma agricultura rentável naquele lugar. Ficaram esmorecidos e isso também influiu negativamente no futuro sucesso econômico da colônia. Os primeiros casos de doenças graves como a malária logo começaram a aparecer em vários pontos da colônia. A falta de assistência médica ficou rapidamente evidente e os poucos médicos disponíveis estavam nas cidades vizinhas mas, segundo eles, cobravam muito caro pelos atendimentos e assim eram pouco procurados pelos imigrantes. Recorriam freqüentemente aos charlatães e curandeiros que gozavam de grande prestígio entre a população brasileira nativa, pessoas ignorantes e também, como os italianos, bastante supersticiosas. Casos de frequentes deserções e desavenças entre o empresário e alguns colonos, assim como os desentendimentos constantes, com as autoridades provinciais, foram se acirrando. A chegada de novos contingentes de imigrantes italianos era intensa e por essa época mais 870 colonos, provenientes da Lombardia, Tirol e do Piemonte, chegaram ao porto de Paranaguá, trazidos pelo mesmo empresário e que também tinham como destino final a Colônia Alessandra, o que agravaria as condições já deficientes desta colônia. Tripoti dizendo que estava sem recursos até para manter os antigos colonos, abandonou-os declarando que não tinha meios sequer para entregar os primeiros suprimentos. Por sua vez os imigrantes recém chegados alegaram que tinham sido ludibriados pelo empresário e ao saberem da situação de penúria, que estavam passando os colonos já moradores na colônia, não quiseram de forma alguma ser assentados naquele lugar sem futuro. Apresentaram reclamações junto à direção da colônia e também às autoridades provinciais exigindo a transferência de Alexandra para a recém criada Colônia Nova Itália, localizada em Morretes. Caso não fossem atendidos pretendiam a recisão dos contratos firmados com os empresários e as autoridades do império. Segundo alguns historiadores, como a prestigiada escritora paranaense Altiva P. Balhana, que diz: "o empresário Savino Tripoti não se interessou nem pelos colonos, nem pela colonização. Seu objetivo era apenas atrair o maior número de imigrantes para assim poder usufruir maiores ganhos". Por sua vez, a pesquisadora e escritora Jussara Cavanha, revela o contrário em seu livro intitulado "Colônia Alessandra" onde diz: "o empresário Savino Tripoti era uma pessoa preparada para implantar e gerir colônias agrícolas" e continuando baseia essa afirmativa em documentos preservados que provam "que produtos obtidos na Colônia Alessandra receberam diplomas especiais de honra na Feira Mundial da Philadelphia em 1876". Ainda de acordo com as suas pesquisas: "Tripoti se empenhou para construir um projeto viável, mas, que sucumbiu por motivos alheios à sua vontade". Com a situação dos colonos de Alexandra se agravando a cada dia e a chegada e um novo grande grupo de imigrantes, o então presidente da província do Paraná, Adolfo Lamenha Lins, por motivos políticos ou mesmo econômicos da província, talvez ainda por ter percebido o rumo que estava sendo dado ao empreendimento, por decreto assinado em 1877, rescindiu o contrato realizado e confiscou as terras do empresário, que acabou extraditado para a Itália, vindo a falecer poucos anos depois. Mas o descontentamento ainda continuou reinando na colônia de Nova Itália, para onde foi transferida a maior parte dos imigrantes de Alexandra, com muitos colonos em situação de miséria, iniciando uma nova debandada. Nesse meio tempo as autoridades provinciais providenciavam a aquisição de terrenos em torno de Curitiba para a formação de novas colônias.


Dr. Luiz Carlos B. Piazzetta
Erechim RS






Curiosidades sobre Veneza, o Povo, seus Costumes e os seus Doges

 


  • Ludovico Manin foi o último Doge de Veneza, tendo governado até a queda da República de Veneza em 1797, quando a cidade foi conquistada pelas tropas francesas de Napoleão Bonaparte e anexada ao Império Austríaco. A partir de então, a figura do Doge deixou de existir.
  • O primeiro Doge de Veneza foi tradicionalmente considerado como sendo Paoluccio Anafesto, que teria governado a cidade-estado de 697 a 717, embora a historicidade de sua figura tenha sido objeto de debate entre os historiadores. Paoluccio Anafesto é creditado por ter estabelecido a estrutura política inicial de Veneza, bem como por liderar a resistência contra as invasões dos lombardos. Além disso, ele é conhecido por ter construído a primeira igreja de Veneza, dedicada a São Tiago Maior. Ele foi sucedido por Marcello Tegalliano, que governou de 717 a 726.
  • O Doge que governou por mais tempo Veneza foi Francesco Foscari, que ficou no poder por 34 anos, de 1423 a 1457.
  • Já o Doge que governou por menos tempo foi Marino Falier, que ocupou o cargo por apenas alguns meses em 1354 antes de ser deposto e executado por traição.
  • O Doge que mais se destacou por suas conquistas territoriais foi Enrico Dandolo, que governou de 1192 a 1205. Durante seu mandato, ele liderou a Quarta Cruzada, que resultou na conquista de Constantinopla em 1204, então capital do Império Bizantino. Com a conquista, Veneza passou a controlar importantes rotas comerciais e tornou-se uma das mais poderosas potências marítimas da época. Além disso, sob o governo de Dandolo, Veneza expandiu seu controle sobre diversas ilhas no Adriático, incluindo Creta e outras ilhas gregas.
  • Vários Doges de Veneza tinham grau de parentesco entre si, já que muitas vezes as famílias nobres de Veneza se casavam entre si para preservar sua posição social e política. Aqui estão alguns exemplos de Doges que eram parentes:
  • Domenico Flabanico (1032-1043) e Domenico Contarini (1043-1071) eram primos. 
  • Vitale Falier (1084-1095) e Ordelafo Falier (1102-1117) eram irmãos. 
  • Pietro Polani (1130-1148) e Domenico Morosini (1148-1156) eram primos. 
  • Enrico Dandolo (1192-1205) e Andrea Dandolo (1343-1354) eram descendentes da mesma família Dandolo. 
  • Tommaso Mocenigo (1414-1423) e Alvise Mocenigo II (1700-1709) eram ambos da família Mocenigo, embora com mais de 200 anos de diferença entre seus mandatos. 

Esses são apenas alguns exemplos, mas há muitos outros casos de parentesco entre os Doges de Veneza ao longo dos séculos.

  • O Doge mais velho a assumir o cargo em Veneza foi Francesco Morosini, que se tornou Doge em 1688 com a idade de 72 anos. Morosini era um importante comandante militar que liderou várias campanhas vitoriosas em nome da República de Veneza, incluindo a conquista de Creta em 1669.

  • Já o Doge mais novo a assumir o cargo foi Pietro Lando, que se tornou Doge em 1539 com a idade de apenas 30 anos. Lando era um membro da poderosa família Lando, que desempenhou um papel importante na política veneziana ao longo dos séculos. No entanto, o mandato de Lando como Doge foi marcado por vários problemas, incluindo a crise econômica e a ameaça de invasão otomana.
  • Ao longo da história de Veneza, alguns dos Doges não eram nascidos em Veneza, mas sim em outras cidades italianas ou mesmo em outros países. Aqui estão alguns exemplos de Doges que nasceram fora de Veneza:
  • Francesco Dandolo (1329-1339) nasceu em Heraklion, Creta, que na época fazia parte do Império Bizantino, mas que foi conquistada por Veneza em 1204.
  • Marino Grimani (1595-1605) nasceu em Bolonha, uma cidade no norte da Itália.
  • Nicolò Donato (1618-1619) nasceu em Zara, uma cidade na Dalmácia que pertencia a Veneza na época.
  • Alvise Contarini (1676-1684) nasceu em Istambul, na época conhecida como Constantinopla, que era uma importante cidade do Império Otomano, mas que tinha uma grande comunidade veneziana.
  • Ludovico Manin (1789-1797) nasceu em Veneza, mas sua família tinha origens na Grécia e em Constantinopla.
  • Os Gradenigo: Esta família nobre era originalmente da cidade de Heraclea, na costa norte do Mar Negro, mas se estabeleceu em Veneza no século IX. Três membros da família se tornaram Doges de Veneza: Domenico Gradenigo (1043-1071), Domenico I Gradenigo (1229-1249) e Marco Gradenigo (1365-1368).
  • Os Ziani: Esta família nobre era originalmente da cidade de Pula, na costa da Ístria, que fazia parte dos territórios de Veneza na época. Sebastiano Ziani (1172-1178) foi um dos Doges mais importantes de Veneza, tendo liderado a conquista de Zara e a Quarta Cruzada.
  • Os Contarini: Esta família nobre era originalmente da cidade de Pádua, no norte da Itália, mas se estabeleceu em Veneza no século X. Vários membros da família se tornaram Doges de Veneza ao longo dos séculos, incluindo Domenico Contarini (1043-1071) e Andrea Contarini (1368-1382).
  • Os Candiano: Esta família nobre era originalmente da cidade de Heraclea, assim como os Gradenigo, e se estabeleceu em Veneza no século VIII. Três membros da família se tornaram Doges de Veneza, incluindo Pietro IV Candiano (932-939), que liderou uma revolta contra a aristocracia veneziana e foi assassinado em uma conspiração.
  • Os Dandolo: Esta família nobre tinha origens na ilha de Dândolo, no Mar de Mármara, mas se estabeleceu em Veneza no século IX. Vários membros da família se tornaram Doges de Veneza, incluindo Enrico Dandolo (1192-1205), um dos Doges mais famosos de Veneza, que liderou a Quarta Cruzada e a conquista de Constantinopla.
  • A Festividade La Sensa é uma celebração tradicional que ocorre anualmente na cidade de Veneza, na Itália. O evento marca o início da temporada de verão e tem como objetivo abençoar o mar e a cidade de Veneza, celebrando a relação histórica e cultural da cidade com o mar. A celebração é geralmente realizada no domingo após a Ascensão, que ocorre 40 dias após a Páscoa. A festividade começa com uma procissão liderada pelo Doge (o governante de Veneza) e outros oficiais, que navegam em um barco decorado pelo Canal de San Marco em direção à Lido, uma ilha próxima a Veneza. Lá, eles jogam um anel no mar em uma cerimônia simbólica que representa a união entre Veneza e o mar.
  • O Sposalizio al Mar, que significa "casamento com o mar", é uma parte central da Festividade La Sensa. Essa cerimônia é realizada para abençoar o mar e garantir uma boa temporada de navegação e pesca. Na cerimônia, o Doge joga um anel dourado no mar, simbolizando o casamento da cidade com o mar Adriático. Após a cerimônia, ocorre uma regata em que as gôndolas venezianas competem pelo troféu da regata da Sensa. A celebração também inclui uma série de atividades culturais e gastronômicas em toda a cidade, como concertos, feiras de artesanato e pratos típicos da culinária local. A Festividade La Sensa é uma tradição que remonta ao século IX e é uma das celebrações mais importantes e populares de Veneza. A cerimônia do Sposalizio al Mar e a procissão pelo Canal de San Marco são eventos únicos e emocionantes que atraem turistas e moradores locais todos os anos.
  • A Festividade La Sensa é uma tradição que remonta ao século IX e é uma das celebrações mais importantes e populares de Veneza. A cerimônia do Sposalizio al Mar e a procissão pelo Canal de San Marco são eventos únicos e emocionantes que atraem turistas e moradores locais todos os anos.
  • Lista dos Doges de Veneza durante toda a sua história, com os anos em que cada um ficou no poder:


Doge

Ano(s)

Paolo Loredan

1268-1275

Giovanni Dandolo

1280-1289

Pietro Gradenigo

1289-1311

Marino Zorzi

1311-1312

Giovanni Soranzo

1312-1328

Francesco Dandolo

1329-1339

Bartolomeo Gradenigo

1339-1342

Andrea Dandolo

1343-1354

Marino Falier

1354

Giovanni Gradenigo

1355-1356

Giovanni Delfino

1356-1361

Lorenzo Celsi

1361-1365

Marco Cornaro

1365-1367

Andrea Contarini

1367-1382

Michele Morosini

1382-1382

Antonio Venier

1382-1400

Michele Steno

1400-1413

Tommaso Mocenigo

1414-1423

Francesco Foscari

1423-1457

Pasquale Malipiero

1457-1462

Cristoforo Moro

1462-1471

Nicolo Tron

1471-1473

Giovanni Mocenigo

1478-1485

Marco Barbarigo

1485-1486

Agostino Barbarigo

1486-1501

Leonardo Loredan

1501-1521

Andrea Gritti

1523-1538

Pietro Lando

1539-1545

Francesco Donato

1545-1553

Marcantonio Trevisan

1553-1554

Francesco Venier

1554-1556

Lorenzo Priuli

1556-1559

Girolamo Priuli

1559-1567

Pietro Loredan

1567-1570

Alvise I Mocenigo

1570-1577

Sebastiano Venier

1577-1578

Nicolò da Ponte

1578-1585

Pasquale Cicogna

1585-1595

Marino Grimani

1595-1605

Leonardo Donato

1606-1612

Marcantonio Memmo

1612-1615

Giovanni Bembo

1615-1618

Nicolò Donato

1618-1618

Antonio Priuli

1618-1623

Francesco Contarini

1623-1624

Giovanni Cornaro

1624-1630

Nicolò Contarini

1630-1631

Francesco Erizzo

1631-1646

Francesco Molin

1646-1655

Carlo Contarini

1655-1656

Francesco Cornaro

1656-1656

Bertuccio Valiero

1656-1658

Giovanni Pesaro

1658-1659

Domenico II Contarini

1659-1674

Nicolò Sagredo

1675-1676

Bertuccio Valiero

1676-1684

Francesco Morosini

1684-1694

Silvestro Valiero

1694-1700

Alvise III Sebastiano Mocenigo

1700-1709

Giovanni II Corner

1709-1722

Sebastiano Mocenigo

1722-1732

Carlo Ruzzini

1732-1735

Alvise Pisani

1735-1741

Pietro Grimani

1741-1752

Francesco Loredan

1752-1762

Marco Foscarini

1762-1763

Alvise Giovanni Mocenigo

1763-1779

Paolo Renier

1779-1789

Ludovico Manin

1789-1797






  • O "Doge" de Veneza que teve a maior fortuna pessoal foi Marino Faliero, que governou a República de Veneza de 1354 a 1355. Ele era conhecido por ser um comerciante bem-sucedido antes de entrar para a política, e sua fortuna pessoal era estimada em cerca de 1 milhão de ducados (a moeda veneziana da época). No entanto, o governo de Marino Faliero foi marcado por conflitos com a nobreza e uma tentativa fracassada de golpe de estado, o que levou à sua deposição e execução em 1355. Após a sua morte, suas propriedades foram confiscadas pela República de Veneza.


  • Os sestieri de Veneza são os seis bairros históricos da cidade, que são: San Marco, Dorsoduro, Cannaregio, Castello, Santa Croce e San Polo. Cada sestiere tem sua própria história e características distintas, e juntos eles formam a cidade de Veneza. A origem dos nomes dos sestieri de Veneza é um tanto incerta, mas existem várias teorias. Uma delas é que os nomes são derivados de termos em dialeto veneziano que se referem a características geográficas ou históricas do bairro. Por exemplo, o sestiere de San Marco recebeu esse nome em homenagem ao padroeiro da cidade, a Basílica de San Marco e à Praça de São Marcos. Já o sestiere de Cannaregio é possivelmente derivado da palavra latina "canalis regius", que significa "canal real", já que este bairro foi um importante centro comercial na época da República de Veneza.

  • O Campanário de San Marco, em Veneza, caiu em 14 de julho de 1902. O campanário, que tinha mais de 98 metros de altura, desabou repentinamente, causando grande choque e consternação na cidade. O apelido do Campanário de San Marco era "El parón de campiello" ou "Il Campanile di San Marco", que significa "O Campanário de São Marcos". Ele era uma das estruturas mais icônicas de Veneza e uma parte fundamental da paisagem urbana da cidade por séculos. Após o colapso, o campanário foi reconstruído e restaurado, levando cerca de dez anos para ser concluído. A reconstrução foi uma tarefa complexa, mas foi possível graças a um grande esforço de engenharia e um forte desejo de preservar a identidade histórica e cultural de Veneza. Desde então, o campanário foi reconstruído com grande precisão e continua sendo uma atração turística popular e uma parte importante da herança cultural de Veneza.

  • Em 1260, Niccolò e Maffeo Polo partiram em uma viagem para a Ásia, visitando lugares como Constantinopla (atual Istambul) e o Império Mongol. Em 1269, eles chegaram à corte do imperador Kublai Khan na China, onde foram bem recebidos e convidados a trabalhar para o império. Em 1271, Niccolò e Maffeo decidiram voltar a Veneza e levaram consigo Marco Polo, que na época tinha 17 anos. A viagem de volta durou cerca de 3 anos e, em 1274, eles finalmente chegaram em Veneza. Em 1271, quando Marco Polo se juntou a seus familiares, começou sua grande aventura no Oriente. Eles viajaram pela Rota da Seda e exploraram vastas regiões da Ásia, incluindo a China, a Mongólia, a Índia e outras partes do mundo islâmico. Marco Polo permaneceu no Oriente por cerca de 24 anos e, durante esse tempo, aprendeu a língua e os costumes locais, e teve a oportunidade de servir ao imperador Kublai Khan como emissário e administrador. Quando Marco Polo retornou a Veneza em 1295, ele se tornou conhecido como um grande explorador e suas histórias sobre suas aventuras no Oriente inspiraram outros exploradores. Ele registrou suas experiências em um livro intitulado "Il Milione", também conhecido como "As Viagens de Marco Polo", que se tornou uma das obras mais famosas da literatura de viagens.

  • Veneza é famosa por seus canais e pontes que cruzam esses canais. Estima-se que há mais de 400 pontes em Veneza, incluindo pontes históricas famosas como a Ponte Rialto e a Ponte dos Suspiros. No entanto, esse número pode variar dependendo da definição de "ponte". Algumas pontes menores e menos conhecidas podem ser facilmente ignoradas ou esquecidas em uma contagem geral.

  • Pontes famosas da cidade de Veneza:
  • Ponte di Rialto (Ponte Rialto)
  • Ponte dei Sospiri (Ponte dos Suspiros)
  • Ponte dell'Accademia (Ponte da Academia)
  • Ponte degli Scalzi (Ponte dos Descalços)
  • Ponte della Costituzione (Ponte da Constituição)
  • Ponte dei Bareteri (Ponte dos Barqueiros)
  • Ponte dei Pugni (Ponte dos Punhos)
  • Ponte delle Tette (Ponte dos Seios)
  • Ponte delle Guglie (Ponte das Agulhas)
  • Ponte San Moisè (Ponte São Moisés)
  • Ponte Chiodo (Ponte do Prego)
  • Ponte dei Tre Archi (Ponte das Três Arcadas)
  • Ponte della Paglia (Ponte da Palha)
  • Ponte dei Miracoli (Ponte dos Milagres)
  • Ponte Morosini (Ponte Morosini)

  • Veneza é uma cidade composta por diversas ilhas e bairros conectados por canais, pontes e praças, chamadas de "campi". Estima-se que existam mais de 120 campi em Veneza. Aqui estão o nome de pelo menos 20 deles:
  • Campo Santa Margherita
  • Campo San PoloCampo Santo Stefano
  • Campo San Giacomo dell'Orio
  • Campo San Barnaba
  • Campo San Zanipolo
  • Campo Santa Maria Formosa
  • Campo San Francesco della Vigna
  • Campo San Moisè
  • Campo San Giovanni e Paolo
  • Campo dei Mori
  • Campo Santa Maria Nova
  • Campo dei Gesuiti
  • Campo San Giorgio dei Greci
  • Campo San Canciano
  • Campo San Trovaso
  • Campo San Maurizio
  • Campo San Aponal
  • Campo San Pantalon
  • Campo San Felice
  • Igrejas e Basílicas famosas de Veneza, além da Basílica de São Marcos:
  • Basílica di Santa Maria della Salute
  • Igreja de San Zaccaria
  • Igreja de San Giorgio Maggiore
  • Igreja de San Sebastiano
  • Basílica de Santa Maria Gloriosa dei Frari
  • Igreja de San Pietro di Castello
  • Igreja de San Giuseppe di Castello
  • Igreja de San Francesco della Vigna
  • Igreja de San Giobbe
  • Igreja de Santa Maria dei Miracoli
  • Igreja de San Moisè
  • Igreja de Santa Maria dei Carmini
  • Igreja de San Nicolò dei Mendicoli
  • Igreja de San Polo
  • Igreja de Santa Maria Formosa
  • Igreja de San Giovanni in Bragora
  • Igreja de Santa Maria della Misericordia
  • Igreja de San Lorenzo
  • Igreja de San Barnaba
  • Igreja de San Rocco
  • Igreja de San Stae


  • O Gran Consiglio, ou Grande Conselho, era o principal órgão legislativo e político da antiga República de Veneza, que existiu de 697 até 1797. Era composto por membros da nobreza de Veneza, conhecidos como patrícios, que ocupavam cargos vitalícios no conselho. Inicialmente, o Gran Consiglio era composto por todos os homens livres de Veneza, mas em 1297 uma reforma restringiu o direito de voto apenas aos membros da nobreza. Ao longo dos séculos seguintes, o número de membros do conselho foi reduzido para cerca de 1.000, e apenas os membros mais ricos e influentes da nobreza eram eleitos. O Gran Consiglio era responsável por aprovar as leis e nomear os principais cargos públicos, incluindo o Doge, o líder da República de Veneza. O conselho se reunia regularmente no Palácio Ducal, o principal edifício governamental de Veneza, e suas decisões eram consideradas a vontade soberana do povo de Veneza. Apesar de ser um órgão poderoso, o Gran Consiglio era muitas vezes dominado por uma elite restrita de famílias nobres, o que levou a crescentes tensões sociais e políticas na República de Veneza. Em 1797, após a conquista de Veneza pelas tropas francesas de Napoleão Bonaparte, o Gran Consiglio foi abolido e a República de Veneza foi dissolvida.


  • O Conselho dos Dez (ou Signoria dei Dieci, em italiano) foi um órgão governamental de Veneza que existiu de 1310 a 1797, durante a época da República de Veneza. O Conselho dos Dez era composto por dez membros eleitos pelo Grande Conselho, e seu principal objetivo era proteger a segurança do Estado e manter a estabilidade política da República. Inicialmente, o Conselho dos Dez foi criado como uma resposta à ameaça de conspirações internas e externas contra Veneza. O Conselho tinha poderes extraordinários para investigar e julgar acusações de traição, corrupção e conspiração contra o Estado, bem como para ordenar a execução de condenados. Além disso, o Conselho dos Dez também tinha o poder de declarar guerras, assinar tratados de paz e negociar alianças. Os membros do Conselho dos Dez eram eleitos pelo Grande Conselho e serviam por um período de um ano. Embora o Conselho fosse originalmente formado para combater a corrupção e a traição, ao longo do tempo ele se tornou um órgão governamental poderoso e muitas vezes utilizado para suprimir a oposição política. A atividade do Conselho dos Dez, às vezes, era envolta em segredo e mistério, e suas decisões muitas vezes eram arbitrárias e sem julgamento justo. Em 1797, com a conquista de Veneza pelas tropas francesas de Napoleão Bonaparte, o Conselho dos Dez foi abolido e a República de Veneza foi dissolvida.

  • O célebre aventureiro, escritor e sedutor Giacomo Casanova esteve preso em Veneza. Na verdade, ele foi preso várias vezes ao longo de sua vida turbulenta, sendo que a maioria de suas prisões aconteceu em Veneza. Casanova foi preso pela primeira vez em Veneza em 1755, acusado de várias ofensas, incluindo fraude, jogo ilegal e sedução. Ele foi sentenciado a cinco anos de prisão em uma fortaleza próxima, mas conseguiu escapar após 15 meses de detenção. Casanova foi preso novamente em Veneza em 1757, mas novamente conseguiu escapar da prisão. A prisão mais famosa de Casanova em Veneza ocorreu em 1756, quando ele foi acusado de heresia e conspiração contra a Igreja Católica. Ele foi preso na famosa prisão de Veneza, a "Piombi", localizada no sótão do Palácio Ducal. A cela de Casanova ficava acima do nível do solo e, por isso, era extremamente quente no verão e extremamente fria no inverno. No entanto, ele conseguiu escapar desta prisão em 1757, utilizando uma tábua de madeira para cavar um buraco no teto e escapar pelo telhado. Durante sua prisão em Veneza, Casanova escreveu suas famosas memórias, que se tornaram uma das obras mais famosas da literatura francesa do século XVIII. Ele também foi conhecido por seus relacionamentos amorosos escandalosos, incluindo um caso com a esposa de um senador de Veneza, que acabou resultando em sua primeira prisão. A presença de Casanova em Veneza foi marcada por uma série de prisões e aventuras amorosas escandalosas, que o tornaram uma figura lendária na história da cidade.

  • A Ponte dei Sospiri é uma ponte icônica em Veneza, localizada próxima à Piazza San Marco. A ponte conecta o Palácio Ducal (sede do governo de Veneza) à antiga prisão da cidade, a "Piombi". A ponte é famosa por seu nome romântico e melancólico, que significa "Ponte dos Suspiros", pois, de acordo com a lenda, os prisioneiros suspiravam ao passar pela ponte a caminho de sua cela na prisão. Na verdade, a ponte foi construída no final do século XVI para ligar os dois edifícios e permitir que os prisioneiros fossem transportados com segurança. A ponte era coberta, o que significa que os prisioneiros não podiam ver o mundo exterior e também evitava que os observadores vissem os prisioneiros. Portanto, os suspiros atribuídos à ponte provavelmente eram resultado da ansiedade e do medo dos prisioneiros. Os "Piombi" eram uma série de celas localizadas no sótão do Palácio Ducal, acima do nível do solo. As celas eram notórias por seu calor insuportável no verão e pelo frio congelante no inverno. A prisão foi usada principalmente para prisioneiros políticos, incluindo Giacomo Casanova, que foi preso lá em 1755 e novamente em 1756. Além da prisão dos Piombi, Veneza tinha outras prisões notórias, como os "Piovego", que eram celas subterrâneas usadas para manter criminosos comuns, e o "Palazzo degli Orfani", que era uma prisão infantil. As condições de vida nas prisões de Veneza eram extremamente precárias, e os prisioneiros muitas vezes sofriam de superlotação, doenças, fome e violência. A Ponte dei Sospiri é uma ponte histórica em Veneza que conecta o Palácio Ducal à antiga prisão da cidade, a "Piombi". A ponte é famosa por seu nome romântico e trágico, e é um marco icônico da cidade. Os Piombi eram uma prisão notória em Veneza, usada principalmente para prisioneiros políticos, incluindo Giacomo Casanova.

  • Os troncos amarrados de três em três ou quatro em quatro que se encontram na laguna de Veneza são chamados de "bricole". Esses pilares de madeira são colocados no fundo da lagoa e são usados como marcos de navegação para ajudar os barcos a navegar com segurança. Os bricole são feitos de madeira de carvalho resistente à água salgada e podem durar décadas na água. Eles são um elemento icônico da paisagem da laguna de Veneza e são frequentemente retratados em fotos e pinturas da cidade. Os bricole eram utilizados como marcos de navegação na lagoa de Veneza. Eles eram colocados estrategicamente em canais e vias navegáveis para indicar a presença de bancos de areia, pedras e outros obstáculos que poderiam representar perigo para os barcos que navegam na região. Além disso, os bricole também ajudavam a delimitar as áreas de navegação seguras, servindo como guias para os barcos se deslocarem entre as ilhas e cidades da lagoa de Veneza. Os bricole eram muito importantes para a navegação na região antes da era da tecnologia moderna de navegação, como GPS e radares. Mesmo hoje em dia, eles ainda são usados como referência para muitos pescadores e navegantes locais, e continuam sendo uma parte icônica da paisagem da lagoa de Veneza.
  • L'Arsenale era o estaleiro naval de Veneza, localizado no sestiere de Castello, próximo ao centro histórico da cidade. Foi construído no século XII e ao longo dos séculos se tornou um dos maiores e mais avançados estaleiros navais do mundo. Na época de seu auge, que foi entre os séculos XIII e XVIII, o Arsenale empregava cerca de 16.000 trabalhadores, incluindo carpinteiros, ferreiros, fabricantes de velas e cordas, artesãos de vidro, marmoristas e outros. Eles eram conhecidos genericamente como "arsenalotti" e por motivo de segurança, moravam vizinhos ao arsenal no mesmo "sestieri" de Castello. O Arsenale produzia e mantinha os navios da República de Veneza, incluindo galeras, navios de guerra e navios mercantes, e também era responsável por suas armas e munições. O Arsenale foi tão importante para a economia e a defesa de Veneza que o acesso ao complexo era restrito e fortemente vigiado. As instalações incluíam docas secas e molhadas, várias oficinas, depósitos, armazéns, fundições e até uma igreja. O período de maior esplendor do Arsenale foi no século XVI, quando a República de Veneza estava no auge de seu poder. Nesta época, o complexo foi expandido e modernizado para acomodar os avanços tecnológicos da época, incluindo a construção de navios de madeira laminada com aço, que eram considerados invencíveis na época. Com o declínio da República de Veneza e a ascensão de novas potências marítimas, como a Grã-Bretanha e a França, o Arsenale perdeu sua importância estratégica e passou a ser usado principalmente para fins civis. Hoje, o Arsenale abriga a Bienal de Arte e Arquitetura de Veneza e outros eventos culturais, além de servir como um importante marco histórico e cultural da cidade. Não há registros precisos sobre quantos navios eram produzidos pelo Arsenale de Veneza ao mês. No entanto, durante o auge do estaleiro no século XVI, estima-se que o Arsenale era capaz de produzir até três galeras por dia, o que representa um número muito alto de navios. Vale ressaltar que o Arsenale não produzia apenas navios novos, mas também fazia manutenção e reparos em navios já existentes, além de produzir armas e munições. O complexo era uma peça chave da economia e defesa de Veneza, e o número de trabalhadores empregados lá era muito grande, o que demonstra a importância do Arsenale para a cidade.